Autor: Mainak Dhar
Edição: 1
Editora: Única
Ano: 2016
Páginas: 256
Você está pronto para as armadilhas do outro lado?
Mais de dois anos se passaram desde que Alice seguiu um Mordedor com orelhas de coelho e entrou em um buraco, o que deu início a uma série de acontecimentos que mudaram a vida dela e a de todos que moram no País das Armadilhas. A Guarda Vermelha resolvera conceder trégua; Alice havia reinstaurado a paz entre humanos e Mordedores e, sob a liderança dela, os humanos tinham conseguido fundar a primeira comunidade real e verdadeiramente organizada desde a Insurreição — uma cidade chamada País das Maravilhas.
Entretanto, o aparente estado de paz é rompido depois de diversos ataques dos Mordedores e Alice se vê rejeitada pelas mesmas pessoas por cuja liberdade ela lutou. Agora precisa voltar ao País das Armadilhas para desvendar essa nova conspiração que ameaça o País das Maravilhas. E fazer isso significa ficar frente a frente com sua maior e mortal adversária — a Rainha Vermelha.
Uma leitura impossível de interromper!
Um livro que instiga quem se interessa pela versão mais sombria de histórias clássicas.
Classificação:
Oi, gente! Sentiram minha falta? Ah, a questão é que agora, por aqui, só trabalho com as editoras parceiras — devem ter notado pelos posts —, mas estou sempre no @ummeninoleitor, vocês podem me acompanhar todos os dias por lá! E hoje o dia é muito especial, pois temos uma resenha inédita e de um livro para lá de peculiar: estamos falando do segundo volume de Alice no País das Armadilhas, releitura distópica do clássico de Lewis Carroll.
Sugiro, inicialmente, que leiam a resenha do primeiro livro (aqui) para que compreendam melhor esta.
Enquanto em Alice no País das Armadilhas temos uma aventura envolvente sobre uma garota que encontra seu destino em um mundo que deu terrivelmente errado, em Alice e as Armadilhas do Outro Lado do Espelho temos uma aventura ainda mais envolvente, acompanhando uma garota que, em meio a conflitos políticos, deve cuidar de sua vida e da de milhares de pessoas e Mordedores que agora estão sob sua custódia — enquanto a Guarda Vermelha se preparar para atacar novamente.
A fundação do País das Maravilhas, por meio de Alice, conseguiu instaurar a paz entre seres humanos e Mordedores. Mas a paz frágil não durou muito, e agora os humanos decidiram lutar pelo poder e Alice, apesar de ainda ser a Rainha dos Mordedores, passa a ser rejeitada por aqueles que uma vez a seguiram pela libertação. Além disso, Alice trava conflitos internos: ela nunca mais poderá viver experiências comuns, pois agora é metade humana e metade Mordedora.
Agora ela precisa aprender a lidar com todos os problemas, e rápido, pois a Guarda Vermelha, que saiu frustrada do combate anterior, planeja um novo ataque sob os comandos de seu novo líder, o general Che. E os chineses têm uma arma escondida para enfrentar Alice, que agora está imbatível, com habilidades táticas de um ser humano e a força e a quase imortalidade de um Mordedor. Contudo, com tantas forças tentando derrubá-la e com tantos problemas em vista, será Alice capaz de proteger sua comunidade mais uma vez?
Bem, não é novidade que eu adoro distopias! É um gênero incrível, e apesar de não ser perfeita, eu adoro essa releitura criada por Mainak Dhar. Com uma superficialidade por vezes incomodante, Dhar nos leva novamente a se aventurar com Alice, uma jovem determinada a garantir a sobrevivência de todos ao seu redor. Primeiramente, eu gostaria de ressaltar que NÃO É UMA CÓPIA DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, nem beira a isso, na verdade. É uma obra bem original e com uma pegada super atual, que mistura incomumente as características de um romance distópico com zumbis.
(...) em qualquer guerra contra a tirania, a arma mais efetiva não é uma bala, tampouco um míssil, mas a liberdade de informação.
A escrita do autor é muito, mas muito simples — e superficial também. Contudo, é bem dinâmica, clara e sem enrolações. Muitos reclamaram que o livro não fluiu bem, mas, apesar de concordar que em partes a narração chega a ser bem fraca e sem sentido, acredito que o livro fluiu, sim, muito bem. Mesmo narrado em terceira pessoa, o livro não sai da superficialidade em momento algum — o que pode ser um problema para muitos, mas não para todos. Os personagens foram bem estruturados, ainda que a superficialidade não permita que criemos afeição a eles, e dessa vez parecem ter papéis mais importantes na trama.
Deixo claro que não é um livro ruim como um todo, mas em partes. A ideia é muito, mas muito boa — o que faltou foi um bom desenvolvimento. Vocês encontrarão, sim, problemas com diálogos rasos e narrações confusas e pouco profundas, mas de modo algum isso significa que a leitura não valha a pena. A bem da verdade, o livro é levado principalmente pela ideia, pelas reflexões, pelas frases de efeito e pelo caráter distópico — que é extremamente bem salientado e intrínseco a obra. De todas as distopias que eu já li, essa é a que melhor tem desenvolvida a crítica e a reflexão social — e é por isso que eu a achei tão interessante, por assim dizer.
Pode ser maravilhoso viver numa sociedade em paz, mas apenas se o povo nunca se esquecer como se faz uma guerra, caso ainda tenha que lutar.
E, novamente, a edição da Única ficou espetacular. Gente, que capa! Ambas as capas ficaram muito bonitas e fazem uma certa alusão as características meio dark das obras. A capa tem um pequeno laminado nas partes pretas e um pouco relevo, o que a deixa ainda mais bela. Interiormente falando, o design também está impecável! Com ótimas fontes e espaçamentos e com uma excelente tradução (que soube manter, pelo visto, a essência do trabalho do autor). Se tiver erros de revisão, eu não percebi.
Por fim, deixo aqui, mais uma vez, um apelo para que todos leiam ambos os livros da série. Não são livros perfeitos, mas além de entretenimento, é uma rica fonte de conhecimento social e humano e trata de temas reais e que devem ser observados com afinco na contemporaneidade. Como típico da literatura, eu pude aprender muitas coisas boas com esse livro e minha visão de mundo também não foi à mesma que quando iniciei o livro. Quem gosta de distopias, de livros que instigam quem se interessa pela versão mais sombria de histórias clássicas, zumbis e outros, com toda certeza vai ter certo apreço por esse livro. De toda forma e a bem da verdade, eu recomendo!
Olá, Pedro!
ResponderExcluirDesejo muito ler essa série :D A estória parece ótima, ainda mais por ser uma releitura <3 Uma pena ser superficial às vezes, mas ainda quero ler haha Arrasou na resenha, migo!
Beijos, Garota Vermelha
www.livrosdagarotavermelha.com.br
Pedro, suas resenhas são perfeitas! Eu concordo com você que o livro não é ruim, mas é mal desenvolvido. Eu não consegui ler o primeiro, porque a editora mandou só o segundo, mas eu esperava bem mais da história. A superficialidade realmente é um ponto, mas concordo com você que não é motivo de jogar a leitura fora.
ResponderExcluirBeijos
Lili - Blog Meninas na Literatura
A capa desses livros são lindas! Amo suas resenhas, como você destaca o bom e o ruim. Eu ainda não li o primeiro... Acho que foi esse detalhe da escrita meio superficial (e a falta de tempo) que não me deixaram terminar. Mas pretendo por que, como você disse, a história é bem original e acho que isso vale a pena.
ResponderExcluirBj bj
Um Leitor No Oceano